O dólar subiu pelo quinto dia de negócios seguido no Brasil ontem e renovou seu maior preço desde setembro.
A moeda americana à vista, referência para o mercado financeiro, fechou em alta de 0,85%, a R$ 2,335. E o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,51%, para a R$ 2,330. Ambas as cotações foram as mais altas desde 4 de setembro.
Só neste mês, o dólar à vista acumula valorização de 4,45% em relação ao real, e o comercial, de 3,23%.
Entre as 24 moedas emergentes mais negociadas, o real registrou a terceira maior queda ante o dólar ontem. A maior foi a da rupia indonésia (-1,24%), seguida pela do peso das Filipinas (-0,99%).
O volume de negócios ficou abaixo do normal por causa do feriado nos EUA.
De acordo com analistas brasileiros, continuam a pesar contra aplicações consideradas de risco, como em países emergentes, apostas de investidores de que o banco central americano pode começar a cortar estímulos à economia do país já em dezembro. Embora essa percepção não prevaleça entre analistas nos EUA, ela é frequentemente citada no Brasil.
O BC dos EUA injeta mensalmente US$ 85 bilhões na economia por meio da recompra de títulos do Tesouro, e parte dos recursos se reverte em investimentos externos.
Com o corte, o dinheiro para as aplicações tende a diminuir, pressionando o dólar.
"Além disso, a questão fiscal brasileira afasta investimentos estrangeiros", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
