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Fusão: erro de integração pode comprometer o valor de empresas
Entre os erros mais comuns que contribuem para tais falhas, estão a falta de preparação e análise de questões operacionais importantes como a comunicação, marca, pessoas, processos fabris, administrativos, financeiros, contabilidade.
Nem todas as empresas parecem estar preparadas para lidar com uma fusão e aquisição. Ao menos é isso o que aponta um levantamento da KPMG Internacional, que revelou que apenas 10% das companhias globais são capazes de melhorar o valor do negócio em mais de 40%, após tal operação.
Segundo o sócio da companhia no País, Augusto Sales, tal desempenho estaria relacionado à dificuldade das empresas de concretizarem um processo de integração e até mesmo de separação das organizações.
“A operação de integração ou separação das atividades de negócios pode maximizar as sinergias, potencializar o valor de seus negócios, aumentar o valor da empresa mais rapidamente e tornar o processo de fusão, aquisição e venda o mais suave possível para todos os envolvidos, incluindo não só os acionistas, mas também os funcionários e clientes”, explica.
O começo
Para ser bem-sucedido, o negócio deve contar com um levantamento logo no início da operação, pois somente com base em uma avaliação na fase de pré-acordo é que os riscos e oportunidades podem ser validados e quantificados de maneira adequada. "Isso permitirá a elaboração de uma estratégia de integração para a criação de valor", diz Sales.
Posteriormente, o recomendado é que os gestores calculem e testem sinergias durante o processo de negociação, avaliando riscos e oportunidades de integração durante a fase de due diligence ou planejando de forma objetiva os cem primeiros dias pós-aquisição.
Neste caso, o profissional é enfático: "quem está realizando uma negociação precisa estar preparado para se adequar a uma nova realidade de negócio", diz. Para ele, muitas integrações costumam falhar, por falta de planejamento e crença demasiada em promessas de ganhos que não se realizam no mundo real.
Erros mais comuns
Entre os erros mais comuns que contribuem para tais falhas, estão a falta de preparação e análise de questões operacionais importantes como a comunicação, marca, pessoas, processos fabris, administrativos, financeiros, contabilidade.
“Esses dados precisam ser integrados ou separados nesse novo negócio, pois, se bem feitos, podem trazer economia e ganho de receita durante a integração”, explica Sales.
Dicas
O sócio da KPMG Internacional dá dicas ainda de como agregar valor a uma transação e assegura que o sucesso só pode ser alcançado por meio da observação de cinco pontos fundamentais:
1. Sinergias de receita: as empresas precisam acompanhar, analisar e preparar um relatório sobre sinergias de receita, visando a melhorar a percepção do mercado sobre o valor decorrente do seu negócio;
2. Nova abordagem: para a realização de diligência e planejamento com foco em um plano de crescimento futuro, uma nova abordagem se faz necessária;
3. Planejamento: as empresas precisam planejar a sua transferência para mercados desenvolvidos do Ocidente, bem como para os emergentes, que são considerados mais atraentes para compradores que estão em busca de crescimento;
4. Melhoria no longo prazo nas questões relacionadas a pessoas: esta área ainda é considerada não-prioritária durante a due diligence, apesar do impacto crítico que ela pode ter sobre o sucesso de um negócio;
5. Institucionalização de processos: os compradores podem melhorar o desempenho de suas transações por meio da institucionalização de processos e criação de ferramentas para que permitam aprender e construir através de experiências.
A pesquisa
O levantamento feito pela KPMG Internacional teve como objetivo examinar as fusões e aquisições realizadas no mundo, bem como a forma como são geridas e o valor que elas representam no mercado. A pesquisa deixou claro que os benefícios de uma aquisição bem-sucedida são evidentes, desde que a compra ou a venda de uma empresa seja feita da melhor forma e no momento correto. No total, 162 executivos que tinham negócios realizados com valor superior a U$ 75 milhões foram ouvidos.